1.2 – Conceitos Gerais sobre Produção
A reunião dos meios de produção (matéria-prima, mão de obra, recursos e equipamentos) possibilita a fabricação de produtos que surgem pela ação dos Sistemas produtivos.
Os planos que servem de guia na execução e no controle da produção são comandados pelo órgão auxiliar denominado Planejamento e Controle da Produção (PCP), que dita normas sobre a linha de produção, visando a um fluxo ordenado e contínuo do processo produtivo.
Verificando o organograma, pode-se entender melhor a localização da produção na estrutura organizacional da empresa. Qualquer indústria pode dispor dessa estrutura. Vale ressaltar, contudo, que mesmo empresas semelhantes podem ter estruturas diferenciadas; depende de como cada uma está organizada.
O organograma destaca a área industrial, comandada por um diretor, estando a ele subordinado o Setor de Produção e suas unidades de apoio, como Manutenção, Controle de qualidade, Setor de métodos e Desenvolvimento, Planejamento e controle de produção (PCP), Custos, Relações industriais e Suprimentos. Todos têm sua importância e uma função específica.
O PCP decorre da utilização eficiente dos meios de produção, pelos quais se atingem objetivos planejados, nos prazos determinados.
O planejamento realizado estará concluído quando forem respondidas as seguintes indagações:
Esses itens, quando antecedem as ações, formam um plano ( Plano Mestre de Produção – PMP), compondo a fase de planejamento e direcionam o comportamento da indústria. Os planos de produção são finalizados através da geração e entrega das ordens de produção.
O PCP, no planejamento, deve obedecer a uma sequência para obtenção de suas metas. As etapas a serem seguidas são:
- Receber previsão de vendas da área comercial(Forecast), expressando intervenção de vendas por produto em um determinado período (consumo).
- Verificar nível de estoque atual (estoque inicial, estoque mínimo, estoque máximo), também conhecido com regras de reabastecimento.
- Quantificar nível desejável de estoque futuro, definindo a quantidade que ficará estocada após cumprir demanda prevista (estoque final).
- Quantificar a produção a ser cumprida, que então passa a se constituir na meta de produção do período.
- Verificar o estoque de matéria-prima e os insumos diversos, determinando itens que serão adquiridos pelo setor de suprimentos, necessários à obtenção da meta de produção estabelecida.
- Calcular, em função do nível de produção e das horas previstas de trabalho, a necessidade de equipamento e de mão de obra; ou, em função dos equipamentos disponíveis, calcular as horas de trabalho necessárias ao entendimento do plano de produção.
- Definir prazo para início e término da produção quantificada.
A Previsão de vendas é um instrumento que ajuda a indústria a definir o total a produzir. É feita pelo órgão comercial e visa conceder à empresa objetivos de vendas a serem alcançados num futuro próximo, adotando critérios estatísticos na determinação, juntando informações sobre a tendência do mercado e registros das vendas históricas – aquelas ocorridas em períodos semelhantes no passado.
A Previsão de vendas permite ao PCP programar a quantidade de produto a fabricar num determinado espaço de tempo e a partir daí quantificar as necessidades de material, mão de obra e equipamentos.
Após determinar os tipos de produtos a serem feitos, escolher o tipo de produção a seguir, definir a quantidade a fabricar, especificar o material a ser utilizado e quantificar os insumos, resta definir o processo, que consiste na determinação da sequência de operações e dos tipos de equipamentos utilizados.
A etapa seguinte volta-se ao aprazamento, definindo o prazo necessário para a conclusão da tarefa, com previsão de início e fim. Permite estimar a data de conclusão do trabalho, a partir do tempo padrão das operações.
Ao entrar em execução, seguindo o plano traçado chega o momento de iniciar também a fase de controle, acompanhando todo o processo e checando cada etapa. Controlar é acompanhar a execução, medir resultados conseguidos e comparar com o planejado. Controlar é medir desempenho, identificar desvios no planejamento, localizar erros tão logo ocorram e encaminhar correções. O controle exige acompanhamento do volume produzido e dos recursos utilizados na produção – sejam máquinas, tempo, homem, matéria-prima-, medindo índices de ocupação, ociosidade, consumo, perda(byproduct ou co-product), etc., sempre relacionado por unidade fabricada. Se, por exemplo, o planejamento prevê consumo de 100 metros de madeira para a produção de 50 cadeiras, o índice a ser acompanhado é de dois metros por unidade fabricada, sendo este número a ser controlado.
Todos os dados da produção são anotados em mapas ou relatórios apropriados (Impressão de formulários de planos de produção ou fichas de apontamentos manuais ), ficando registrados a quantidade entregue à expedição, as perdas ocorridas, a quantidade de pessoas envolvidas, as horas trabalhadas (por pessoas e máquinas), o material utilizado, etc. Na fase de controle há acompanhamento de tudo o que foi determinado na fase de planejamento, verificando se a execução está em concordância com o planejado.
Caso alguma anomalia ocorra e não seja atribuída ao acaso, mas a uma falha de previsão, volta-se ao início (planejamento), visando a modificação do plano e evitando repetição futura do problema. Essa fase é a retroação.
Na determinação do processo, o PCP recebe orientação da engenharia de métodos e processos, já que cabe a ela definir as operações necessárias à obtenção do produto desejado e à sequência dessas operações.
1.3 – Tipos comuns de sistemas de Produção
Como você viu, o sistema de produção é bem amplo em um processo produtivo. Existem diferentes classificações de sistemas de produção no mundo.
Assim, você irá conferir três tipos: produção contínua, produção intermitente e produção para grandes projetos.
1.3.1 – Produção contínua
É o tipo de sistema de produção mais comum de ser encontrado em uma indústria. A produção contínua apresenta um fluxo em linha que tem como objetivo produzir o máximo de produtos no menor tempo possível, sem paradas e interrupções.
Geralmente, esse tipo de processo é encontrado em empresas com produção padronizada, como a indústria automobilística, por exemplo.
1.3.2 – Produção intermitente
Nesse tipo de sistema, o processo de produção é realizado por lotes, podendo ser sob encomenda (produtos únicos ou diferenciados) ou seguindo a demanda das vendas(produção para ponto de pedido).
1.3.3 – Produção para grandes projetos
Esse tipo de produção é feito, geralmente, quando o projeto é um produto único. Portanto, todos os esforços são voltados às técnicas de fabricação e montagem do projeto.
Por se tratar de uma produção personalizada de alto nível e não padronizada, geralmente esse tipo de sistema demanda altos custos. Como exemplos clássicos de produção para grandes projetos, têm-se a produção de aviões e de instrumentos elaborados.
1.4 – Gastos, Custos e Despesas
1.4.1 – Conceitos Gerais e definições
Gastos: são todos os desembolsos da sua empresa, ou seja, tudo que sai do caixa.
Despesas: são todos os gastos que a empresa precisa para manter sua estrutura funcionando, mas diretamente não contribuem para a geração de novos itens que serão comercializados, ou novos serviços que serão oferecidos. Em outras palavras, são gastos que não estão diretamente ligados ao objetivo final do negócio. Geralmente, despesa é o dinheiro que vai para a administração da empresa, como a área comercial, marketing, desenvolvimento de produtos e o financeiro.
- Despesas variáveis: Podem ser classificadas dessa maneira todas aquelas que não necessariamente deveriam existir todo mês. Ou seja, são valores que não irão se encontrar presentes no fechamento de todo o mês. Exemplos: confraternizações, serviços terceirizados e taxas.
- Despesas Fixas: São aquelas que estarão presentes todo o mês e que manterão a empresa funcionando de acordo com a necessidade. Exemplos: Impostos, conta de energia e EPIs.
Custos: são os desembolsos que podem ser atribuídos ao produto. Isso significa que são todos e quaisquer gastos relativos à aquisição ou produção de mercadorias, como por exemplo, matéria-prima, mão-de-obra(MOD) e gastos gerais de fabricação (GGF), como depreciação de máquinas e equipamentos, energia elétrica, manutenção, materiais de conservação e limpeza para fábrica, viagens de pessoas ligadas à fábrica etc.
1.4.2 – Quais são os tipos de custos?
Os custos são todos os gastos relacionados especificamente à produção da mercadoria ou prestação do serviço. Eles estão classificados em custos diretos e indiretos e em custos fixos e variáveis. Os custos fixos e variáveis, como os próprios nomes dão a entender, referem-se à alteração que eles podem sofrer. Quando um custo é frequente e ocorre todo mês, é chamado de custo fixo. Já quando ele existe esporadicamente, oscilando devido a quantidade vendida, estamos falando do custo variável.
Os custos diretos e indiretos, por sua vez, têm relação com a facilidade ou a dificuldade na atribuição de valor. Se definir o custo de determinado produto é mais fácil, ele é considerado um custo direto. No entanto, se há maior dificuldade em atribuir esse valor, ele é considerado um custo indireto.
Para entendermos melhor toda essa definição e classificação de custos, vamos aos exemplos práticos!
1.4.2 – O que é custo fixo ?
O custo fixo é aquele gasto que existe todo mês, independente se a quantidade de vendas aumentou ou não. Este custo também costuma ser chamado de custo de estrutura, já que abrange os gastos relacionados à capacidade produtiva do empreendimento.
É muito importante lembrar aqui, que o custo fixo não significa que o valor é fixo, ou seja, não significa que seja sempre o mesmo valor. Ele significa que ocorre todo mês e isso independe da quantidade de produtos vendidos ou serviços prestados.
Os custos fixos de uma empresa são, por exemplo, o valor desembolsado pelo aluguel de um espaço ou de uma máquina e os salários pagos aos funcionários da operação, desde que eles não sejam comissionados.
Imagine o caso de uma fábrica de pó de café. Em um mês, ela pode produzir 15 toneladas de pó de café, enquanto no mês seguinte a produção pode chegar a 25 toneladas ou cair para 10. Em qualquer um dos casos, os custos fixos, como a manutenção periódica, aluguel se mantêm, já que independem da rotina de produção ou das vendas.
1.4.3 – O que é custo variável?
Ao contrário do fixo, o custo variável é aquele que sofre alterações em curto prazo, geralmente relacionadas a alguma variável na produção e nas vendas. Como exemplo, podemos destacar a matéria-prima, os insumos produtivos e os tributos. Ou seja, quanto mais a empresa vender, maior será o custo variável, pois há uma relação direta entre os dois fatores. No caso da fábrica de pó de café, os custos dispensados com a compra da matéria-prima, como o café em grãos in natura ou já torrado, serão variáveis caso ocorra queda ou aumento na produção e nas vendas. Esse é também um custo que pode não ocorrer em alguns meses, se não houver vendas.
Quando falamos nesses custos, parece muito mais fácil calcular aqueles que são fixos, não é verdade? Afinal, já que não sofrem variação, basta somá-los e chegar ao total. Mas como calcular o custo variável?
Esse cálculo é diferente de acordo com as características da empresa. Se os vendedores são comissionados e se os funcionários são pagos por horas trabalhadas, esses fatores precisam entrar na conta, mas vamos exemplificar com um cálculo mais simples.
No caso da fábrica de pó de café, um método para calcular os custos variáveis poderia ser a soma de todos esses custos de acordo com um período determinado, como um mês, por exemplo, e a divisão do total pelo número de quilos de café produzidos naquele mesmo período.
Ou seja, considerando que a soma dos gastos com embalagens, insumos produtivos, matéria-prima e salário dos funcionários resultasse em R$ 100.000,00 e o volume de produção tenha chegado a 70.000 quilos, o custo variável de cada quilo de café seria de R$ 1,42 (100.000 / 70.000).
1.4.3 – O que é custo direto?
Outra classificação dos custos envolve aqueles que são diretos e indiretos. O custo direto é aquele para o qual é mais fácil atribuir um valor, ou seja, que é mensurável sem dificuldades, sem necessidade de rateio e que é relacionado diretamente ao produto.
Exemplos de custos diretos são a matéria-prima e a mão de obra direta. Para calcular o custo direto unitário é recomendável que a empresa tenha um sistema de requisições relacionado ao consumo de materiais e um sistema de apontamentos que permita relacionar o tempo e o trabalho realizado por cada funcionário (ordem de produção, requisições e atribuições ao PMP – Plano mestre de Produção).
Assim, somam-se os gastos com a compra de matéria-prima aos gastos com a mão de obra direta e divide-se o valor pela quantidade de produtos produzidos em um determinado período.
1.4.4 – O que é custo Indireto?
Ao contrário dos diretos, os custos indiretos são aqueles em que é difícil atribuir um valor para cada unidade produzida. No caso da indústria de pó de café, por exemplo, seria quase impossível determinar o custo exato de água ou energia elétrica para produzir cada quilo do produto. Quer dizer, no caso dos custos indiretos, a atribuição de valor não é tão simples como no caso dos diretos.
Para calcular os custos indiretos é utilizado o critério de rateio, no qual é definido um valor aproximado para que o custo de cada unidade do produto possa ser calculado. No caso do cálculo da água na fábrica de ração, por exemplo, é quando pegamos o valor total gasto em um mês e divididos, proporcionalmente, entre cada quilo de café produzido.
1.5 – Métodos de Custeio
Agora que você já sabe o que e como são classificados os custos, precisa verificar como apurá-los na sua empresa, isto é, qual método de custeio atende melhor ao seu negócio.
1.5.1 – Método de Custeio Variável
O método de custeio variável (também conhecido por método de custeio direto) é um dos métodos de custeio mais conhecidos e utilizados entre as empresas, principalmente a indústria e o comércio. E um dos principais motivos para isso é sua simplicidade e objetividade, já que nesse método somente são apropriados como custos de fabricação os custos variáveis, diretos e indiretos. Os custos fixos, pelo fato de existirem mesmo que não haja produção, não são considerados como custo de produção, mas sim como despesas.
O sistema de custeio variável fundamenta-se na separação dos custos em variáveis e fixos, isto é, em custos que oscilam proporcionalmente ao volume da produção/venda e custos que se mantêm estáveis perante volumes de produção/venda oscilantes dentro de certos limites. Esse sistema produz informações importantíssimas, como a margem de contribuição (contribuição marginal), e proporciona os subsídios necessários para a tomada de decisão nas empresas. Mais a frente vamos ver como fazer o cálculo dos custos baseado nesta metodologia.
1.5.2 – Método de Custeio por absorção
O custeio por absorção, também chamado custeio integral ou custo integral, recebe esse nome por absorver os custos fixos no custo final de cada produto vendido. Ou seja, o custo por absorção tem como premissa debitar ao custo dos produtos vendidos (CPV) todos os custos da área de fabricação, sejam esses custos definidos como custos diretos ou indiretos, fixos ou variáveis, de estrutura ou operacionais. O próprio nome do método de custeio por absorção deixa claro o que precisa ser feito: garantir que cada produto absorva uma parcela dos custos diretos e indiretos relacionados à fabricação.
O fator fundamental para a utilização do método de custeio por absorção está na correta distinção entre custos e despesas. Apenas os desembolsos relativos aos produtos vendidos (diretos ou indiretos) deverão ser alocados no custo dos produtos vendidos. Todos os demais desembolsos (despesas administrativas, despesas financeiras, investimentos etc.) devem ficar de fora da composição.
1.5.3 – Custeio Baseado em atividades
O custeio baseado em atividades (custeio ABC) parte do princípio de que os custos de uma empresa são gerados pelas atividades desempenhadas nela e que essas atividades são consumidas por produtos e serviços gerados nesta mesma empresa.
Essa metodologia permite mensurar com mais exatidão as despesas e os custos indiretos aqueles que não estão diretamente ligados à produção, por meio da análise das atividades, dos seus geradores de custos e dos utilizadores. Parece confuso?
Calma, vamos utilizar o exemplo de uma fábrica de roupas para explicar direitinho. Nesta fábrica de roupas são produzidas camisetas e camisas e são desenvolvidas, entre tantas outras, as atividades de comprar materiais, cortar e costurar. Aplicando o método de custeio ABC a esta produção, é possível identificar o valor de quanto o produto camiseta usa da atividade de comprar materiais. Ainda em dúvida?
Custeio ABC é um método de rastrear os custos das atividades realizadas por uma empresa e de verificar como essas atividades estão relacionadas para a geração de receitas e o consumo de recursos. Seu principal objetivo é amenizar as distorções provocadas pelo uso do rateio arbitrário dos custos indiretos, sendo uma tentativa de rastreamento para identificar os verdadeiros causadores de custos.
Essa metodologia pode ser considerada uma evolução de outros sistemas de medição de custos. Isso porque ela surgiu justamente para suprir as necessidades das empresas por informações mais detalhadas quando duas variáveis fundamentais da produção fabril começaram a mudar: o aumento da participação dos custos indiretos na composição dos custos totais e o aumento da diversificação dos produtos e processos. Com isso, calcular os custos da forma tradicional já não respondia questões ligadas à gestão estratégica do negócio, que busca a melhoria contínua dos processos, da qualidade e do desempenho da empresa como um todo e segregado por atividade.
Mas é importante ressaltar que os cálculos feitos pelo método de custeio ABC não são aceitos pela legislação societária e fiscal. Portanto, eles devem ser usados para a gestão e o controle interno da empresa, o famoso “gerencial”. Como consequência, auxiliarão no gerenciamento orçamentário e na prestação de contas também.
1.5.3 – Calculando os custos nos 3 métodos
1.5.3.1 – Atividades ABC
Para você entender como cada um dos sistemas de custeio funcionam e qual o resultado que eles apresentam, vamos mostrar como fazer os cálculos de acordo com cada metodologia. Para facilitar, vamos usar o exemplo da fábrica de roupas e começar pelo custeio baseado em atividades, que é um pouco mais complexo que os outros.
No quadro abaixo, temos os produtos, a produção mensal, o valor unitário e o total das vendas (faturamento) da nossa fábrica de roupas. Para simplificar o cálculo, foi considerado que tudo o que foi produzido foi vendido:
Depois dos valores verificados no quadro acima, precisamos identificar os custos diretos por unidade de produto. Na nossa fábrica de roupas, temos:
E então, elencamos os custos indiretos e as despesas:
Com todos esses números em mãos, vamos aplicar a metodologia seguindo 4 passos:
1º – Identificar as atividades relevantes de cada departamento:
2º – Atribuir custos às atividades:
3º – Fazer o levantamento dos direcionadores das atividades e o levantamento da quantidade de direcionadores para cada produto:
Diante dessas definições, vamos ver qual é o custo de cada atividade conforme seus direcionadores:
4º – Demonstrar os resultados: Elaborar um resumo de todos os custos da produção, diretos e indiretos, e incluir os valores encontrados por atividade, que é o real objetivo desta metodologia. Veja como fica a demonstração do resultado da nossa fábrica de roupas:
1.5.3.2 – Custeio Variável
Vamos continuar utilizando as mesmas premissas do exemplo acima:
Para fabricar as camisetas e as camisas é preciso comprar o tecido, que é a matéria-prima, e os outros insumos, como botões e linha, que serão usados na produção. Aqui, o importante é saber a quantidade realmente utilizada na produção dos itens e não o total da matéria-prima e insumos comprados. Assim, é essencial saber a quantidade de tecido usado para fazer uma camiseta e uma camisa.
Dessa forma, fazendo um cálculo simples, podemos chegar ao custo variável unitário (quantidade de matéria-prima consumida multiplicada pelo preço da matéria-prima). Somando o custo unitário de cada matéria-prima, temos o custo variável do produto. Por fim, multiplicando o custo variável pela quantidade vendida, temos o custo variável total ou custo do produto vendido (CPV – Custo de Produto Vendido). Muito importante lembrar que para conseguir chegar a um valor preciso da quantidade de matéria prima usada para cada produto, o processo produtivo da empresa precisava estar bem estruturado.
1.5.3.2 – Custeio Absorção
Para finalizar, vamos mostrar como fica o cálculo usando o método de custeio por absorção. É importante lembrar que, nesta metodologia, os custos fixos aqueles que ocorrem havendo ou não produção são absorvidos no custo final de cada produto vendido. Seguindo em nossa fábrica de roupas, sabemos que ela tem um custo fixo de R$ 24.000,00, assim dividido:
Para fazermos o cálculo, precisamos achar um direcionador de custos fixos, que vai mostrar a forma como cada produto vendido absorve o pagamento de um pedacinho deste custo. O direcionador mais utilizado é o tempo de produção de cada item. Assim, vamos supor que cada camiseta leva 20 minutos para ser produzida, enquanto cada camisa demora 25 minutos. Ao multiplicarmos este tempo pelo número de peças feitas no mês, temos: 200.000 minutos para confeccionar 10.000 camisetas e 125.000 minutos para fazer as 5.000 camisas.
Bom, agora que temos o tempo necessário para a produção de cada item, o tempo total de produção (325.000 minutos) e também os custos fixos, podemos encontrar o quanto cada unidade produzida vai absorver dos custos fixos. Para isso, basta fazer uma regra de três, multiplicando o valor total dos custos (R$24.000,00) pelo tempo de produção total de cada item (200.000 e 125.000) e dividindo pelo tempo de produção total (325.000). Veja na tabela o resultado final:
A esse valor devemos somar ao custos encontrados no exemplo do custo variável, ou seja, temos o custo da camiseta de R$ 3,30 +R$ 1,47-> R$ 4,77 e na camisa R$ 6,50 + R$ 1,84 -> R$ 8,30.
1.5.4 – Conclusão sobre métodos de custeio
Você percebeu que o valor final do custo feito pelo método de absorção, ficou diferente do custo calculado pelo método variável?
Isso reflete diretamente no preço final do seu produto, pois é tão importante escolher o método mais adequado ao seu negócio.
Devemos lembrar que no caso do absorção os GGF e MOD devem ser estornados das despesas ao serem incorporados no CPV (Ativo).